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    terça-feira, 1 de dezembro de 2009

    TCC...a saga final!

    Depois de meses de choro compulsivo, de preocupação, de ameaças de morte do meu orientador, de textos enormes, de entrevistas que furaram, de pesquisas e mais pesquisas, de noites em claro, de pesadelos, de rugas, espinhas, cólicas, caganeiras, taquicardias e ansiedade, eis que meu filho, gerado a jato, meu querido TCC foi apresentado.
    Eu não costumo falar da minha vida nesse blog, mas, porra, to emocionada demais por ter ouvido do meu orientador, o sensacional prof. André Rittes, um jornalista formidável, pesquisador seríssimo e professor do caralho, que foi um orgulho me orientar. Também por saber que para a prof. Beatriz Rota-Rossi, historiadora, super crítica, culta até o osso, foi um prazer ler meu singelo livro.
    Falar sobre exorcismo, meu tema de TCC, feito no formato de livro-reportagem, não é fácil, mesmo. Ninguém quer dar entrevistas, as pesquisas são amplas e muitas vezes contraditórias, e falar sobre um tema com séculos de história em menos de um ano é foda, mas VALEU A PENA!!!
    Todos os sacrifícios valeram o aprendizado tirado desse trabalho e a satisfação do dever cumprido, especialmente quando seus mestres te dão o aval de profissional competente.
    Agradeço, mais uma vez, ao professor André Rittes - o cara mais foda que já conheci, à professora Beatriz Rota-Rossi - uma mulher formidável, culta, maravilhosa!, ao professor Luís Carlos Bezerra - que também compos minha banca de TCC e que me deu ótimos conselhos, à minha mãe que foi me assistir e aos meus familiares que lá estavam e aos meus amigos Will, Bel, Natália, Erick, Piesco, Vinícius, Deborah entre outros...OBRIGADA!
    Realmente, agora sei quão emocionante é ter um filho, porque a feitura de um trabalho desses é como uma gestação e ver seu filho nascendo e sendo mostrado ao mundo é inexplicável!
    Não ensaiei, apresentei na loucura, o que reflete bem o estilo de confecção do meu trabalho, feito em meio ao caos.
    Tive que contar a história de quando entreguei o livro pra gráfica, deu um erro na impressão e quando eu retornei a ligação dos caras, chorei, pedi pelo amor de deus para que consertassem, fui consolada por um funcionário super simpático. Mas tudo feito pela gráfica errada. Liguei pra outro lugar, não pra onde deixei meu trabalho.
    Enfim, alopração total, mas acabou e rola até uma tristeza.
    Mas agora é pensar na nova saga e torcer por quem ainda não passou pela provação da banca de TCC.

    NON DRACO SIT MIH DUX!!!!!!

    domingo, 22 de novembro de 2009




    Falo mesmo...

    Ele preenchia todos os espaços de sua boca. Penetrava delicadamente seu íntimo róseo e macio, levava prazer a cada orifício desejoso de sua presença, perfurava a timidez e a invadia, suculenta e flamejante.
    Comer é bom. Mas não é fácil ser o palito de dente.

    Ao som de...: Black Crowes - Lickin'

    terça-feira, 20 de outubro de 2009




    C'est l'amour

    Gente, querer parafrasear os Carpenters em nickname de MSN é um sinal do fim dos tempos! Pior que isso, só se imaginar sacramentando a amarração com o moçoilo (porque sempre tem um bofe por trás de música dos Carpenters) com direito a churrasco na laje e buquê de rosas artificiais com gotas de "orvalho" feitas com cola quente. É, porque isso não é casório, é amarração, feita na boca do sapo, com bode, galinha preta e farofa.
    Gente, amor é uma coisa bizarríssima, né?
    Depois que passa, a única coisa que fica é: COMO EU PUDE FAZER/QUERER ISSO???
    E tudo o que resta é uma vergonha imensa pelos apelidinhos idiotas, pelas brincadeiras infames, pelo carinho sem noção na frente dos amigos (porque o namoro acaba, a zuação não).
    É, fico por aqui ouvindo apenas minha consciência, que pelo menos não acaba com um versinho altamente encorajador para as cagadas amorosas de fim de noite.
    Viva o amor!
    Viva o terror!
    Viva o furor!
    Viva o Millôr!
    Viva o tarô!
    Viva o ofurô!
    Agora acabou!

    Ao som de...: Comme Restus - Xamome António

    sexta-feira, 16 de outubro de 2009

    Conceitos...

    Sou gordinha, tinjo o cabelo de vermelho, sou nariguda, não uso maquiagem, me visto como gosto (leia-se às avessas do que todo mundo pensa que eu devo vestir), falo o que penso, dou no primeiro encontro, detesto convencionalismos linguísticos do tipo "senhor e senhora", bebo pra caralho quando acho que devo beber, choro na frente de qualquer um, grito à vontade, amo sem vergonha, odeio sem pudores.
    Não sou negra e minha veia judaica é quase imperceptível (salvo pelos meus gritantes traços semitas), mas sofro nessa vida.
    É lindo pregar que racismo é desumano e acabar com a autoestima da gordinha da escola, do cara tímido da faculdade, do gago do trampo.
    Prega-se o fim de uma sociedade baseada em cores e etnias, mas muitos deixam de trabalhar por uma tatuagem, um mero cabelo vermelho ou apenas pelo visualmente incômodo sobrepeso.
    A normalidade é cruel, repressiva e descriminatória.
    Autenticidade é louvável apenas se enquadrada nos padrões aceitáveis da honorável sociedade.
    Engulam seus ternos, hipócritas imundos. Enfiem sua educação no rabo, demagogos obtusos e emoldurados.
    Segurem as rédeas da sociedade putrefata e espere que ela os enforque como galinhas pro almoço de domingo.

    Ao som de...: Spread your wings - Queen

    sexta-feira, 24 de julho de 2009

    Pedra é pão e pão é pedra

    Nem só de pão vive o homem.
    Na falta de pão, vive-se de qualquer coisa; esperança, pinga, pedra. Me dá uma moeda - pede o indigente, caminha pelas ruas incógnito, paradoxal, tão invisível quanto incômodo.
    Moeda? Não se compra mais pão com moeda. Quer uma bala? Tenho aqui.
    Foi-se o tempo em que era feliz quem tivesse o pão nosso de cada dia.
    Hoje nem se sabe mais quem é feliz.
    Ou talvez apenas seja feliz quem menos se espera.
    O menino de 12 anos, viciado em crack, fora convidado a ir para uma cama quente, com chuveiro quente, cuidados e pizza. Não tinha crack. Nada feito.
    Nem só de pão vive o homem. Nem de pizza, salmão ou mortadela.
    Nem de pedra ou de pinga.
    Vive de bala, de um jeito ou de outro.

    Ao Som de...: TNT - AC/DC

    domingo, 19 de julho de 2009

    Que bonito é...

    Dizem que o Brasil é o país do futebol-arte, exportamos jogadores para o mundo todo e somos os únicos pentacampeões. Apesar das evidências, digo, com muito pesar, que nosso grande esporte cria criaturas altamente anti-esportivas. Fabricamos jogadores de futebol, exportamos aspirantes a ególatras deslumbrados e, ao fim do ciclo, nos regurgitam contas bancárias multimilionárias e exemplos deturpados para a juventude e para a imagem do Brasil perante o planeta. Esporte é (ou era, ou deveria ser) sinônimo de disciplina e de auto-controle. Músico pode ser boêmio, jornalista pode encher a cara e viver caído, jogador de futebol não. Jogador de futebol tem, sim, que ficar concentrado. Tem sim, que preservar o corpo. Tem, sim, que obedecer as regras do jogo e seu comandante. De alguma forma é preciso justificar seus salários exorbitantes - mesmo no Brasil, muito acima de profissionais que passam anos atrás dos livros, e isso se faz com gols, com qualidade de jogo, com disciplina que evita birras entre time e arbitragem, com esforço pelo coletivo.

    E de que adianta fabricarmos os melhores do mundo se aqui dentro não conseguimos bons resultados, se os profissionais da bola se comportam como verdadeiras prostitutas e, por este motivo não se comprometem com a equipe, com a torcida, não há ligação emocional, ou afinidade, sequer. Seu comprometimento é com os bolsos, e um exemplo claro disso são as trocas de nome feitas, ah...pobres ignóbeis, justamente na frente da imprensa, os grandes lobos maus! Sociedade Esportiva Corinthians, né, Magrão?

    Fabricamos e exportamos porta-chuteiras em massa, mas também damos às crianças o exemplo de efemeridade, superficialidade, falta de princípios e deturpação de valores vinda da supervalorização do lucro. Me chamem socialista, utopista, maluca, o que quiserem, mas, particularmente, sinto pena ao ver uma criança dizer que quer ser jogador de futebol e sinto, mais ainda, nojo do incentivo a este tipo de valorização.

    Amo futebol, torço pelo meu time - que, grazie a Dio, tem o profissional mais íntegro do futebol brasileiro - São Marcos de Palestra Itália, que ao lado de Rogério Ceni nos faz crer que ainda há quem nos faça sentir orgulho de torcer, mas espero que a próxima geração de jogadores venha com profissionais de verdade, e não putinhas de gramado.

    Ao Som de...: Scream and Shout - Dr. Sin

    sexta-feira, 12 de junho de 2009

    Free as a bird




    Dia dos namorados é terrível. Especialmente para quem termina relacionamentos um dia antes deste dia nefasto, em que tudo é caro, cheio e insuportavelmente enfeitado com corações. Pior que dia dos namorados, é saber que essa nefastidão não acaba com a meia noite do dia 12.

    Relacionamentos são difíceis. Cada vez mais, uma vez que parece que estamos desaprendendo a conviver. É, eu sei que é clichê e, ao contrário do que parece, não vou culpar a internet, a televisão, a tecnologia, Bill Gates ou the United States of America (tá, eu sei que esse não tem muito a ver, mas já que é o culpado de tudo mesmo...). Porque depois que um infeliz resolveu colocar a culpa dos nossos problemas de sociabilidade na tecnologia a moda pegou e tudo ficou muito mais fácil para nós, seres umbilicais.

    Mas a verdade é que depois que ganhamos a liberdade para nos relacionarmos como e com quem quisermos a coisa ficou bem difícil, minha gente. Porque pode nos parecer horrível a coisa toda de nascer com a vida esquematizada: crescer, estudar, na maior parte das vezes herdar o ofício dos pais, para as mulheres se casar e ter filhos, mas aprendia-se a lidar com o marido nem sempre escolhido por vontade própria, com a profissão que nem sempre era a se seus sonhos. Tudo estava seguro e era a coisa certa. Mas essa tal liberdade, ah, essa hiena que nos come a carniça e ainda ri, com seu leque de possibilidades infinitas que sempre nos deixa pensando: "será que era isso mesmo?". Será que estou na profissão certa? Será que essa pessoa é boa para mim? Será que sou uma boa pessoa? A liberdade também nos traz incertezas, insegurança e a pluralidade de conceitos nos coloca a maior prova em xeque - qual é a coisa certa?

    O que é certo? O que é bom e o que é ruim? Quem é bom e quem não é? Existe mesmo o sapato velho para o pé descalço ou será que é preciso pegar um sapato apertado e fazer com que ele laceie?

    A possibilidade de escolha é uma dádiva mal aproveitada. Algo pelo qual lutamos tão duro, que nos esquecemos de aprender como usar. Chegou sem manual de instruções e hoje é, possivelmente, o ganha-pão de muitos psicólogos e psiquiatras por aí.
    A incerteza hoje é nossa única certeza e com a liberdade irrestrita estamos cada vez mais presos no cerne de nossa incapacidade de sermos realmente livres.

    Ao som de...: Burn - Deep Purple



    sexta-feira, 5 de junho de 2009




    Gangue do palhaço volta a atacar na capital

    A gangue do palhaço, famosa na década de 90 por sequestrar crianças em portas de colégios e roubar seus órgãos voltou a atacar na madrugada desta quinta-feira, no Gonzaga, capital da cidade de Santos. A quadrilha, formada por um palhaço e duas bailarinas, tentou raptar um menor na avenida do principal cachoeira da cidade, o chuveirinho da Praia do Gonzaga, mas não concluiu a ação ao descobrir que se tratava de um portador de nanismo, também conhecido pela alcunha de anão, que era professor na escola onde a gangue pretendia atacar.

    Os membros da gangue, cujo veículo é uma perua kombi, estavam munidos de uma banheira e sacos de gelo para conservar o corpo após a retirada do órgão, além de mini-câmara frigorífica para manutenção do órgão retirado, bisturis e merthiolate.

    Segundo o porta-voz do segurança particular da escola pública em que o anão ministra aulas de etiqueta, o ataque da gangue já era esperado e a falta de iniciativa preventiva foi feita para que os meliantes pudessem se revelar.

    Entra as bailarinas participantes da Gangue do Palhaço, estava a governadora do Estado do Maranhão, Roseanna Sarney, cuja estadia no estado de São Paulo era supostamente para procedimentos médico contra um aneurisma cerebral. A governadora não se pronunciou sobre o episódio e jura que o roubo de órgãos nada tem a ver com seu atual estado de saúde.


    sexta-feira, 22 de maio de 2009




    Porquinho ou lobo mau?

    Um elefante incomoda muita gente, um porco gripado incomoda muito mais.
    2009 é um ano de provações para o povo do planetinha azul. Crise econômica, gripe do porco, elefante eleito melhor jogador no Campeonato Paulista (imaginem se fosse um javali!). Mas ó cúmulo do absurdo é encontrar um cego careca sentadinho no banco cinza do Metrô, dizendo que se tivesse dinheiro para fazer alguma coisa útil da sua vida faria um tratamento e recuperaria ao menos parte da visão, certo? Errado, o que o cego careca quer mesmo é ter cabelo!
    Eu, por exemplo, se tivesse bastante dinheiro, faria álbuns com as notas e as colecionaria carinhosamente enquanto comeria os restos de alface da feira.

    Engraçado que com essa coisa de gripe suína a dengue ficou totalmente out.

    E por falar em loucura, é engraçado ver como funciona o coração do nosso querido país em forma de coração (ah, com boa vontade até que parece, vá!). Nosso país formado em sua maioria por mistura de negros com brancos, mulatos, indígenas se emociona ao ver criancinhas loirinhas e europeióides morrendo e sofrendo, mas criança de cabeça chata tem mais é que se afogar na lama! Quantas campanhas foram feitas para ajudar as vítimas das enchentes de Santa Catarina? Uma porrada. Quantas para ajudar as vítimas das enchentes do Maranhão (um dos estados mais pobre do país, com 87% de pessoas sem saneamento básico e, para piorar, eternamente à mercê da dinastia Sarney)? Quantas??? Quantas????????????? Pois é, pouquíssimas e muito pouco divulgadas.

    É, minha gente, a gripe do porco mata, fode e assusta as autoridades do planetinha azul, mas a gripe do ESPÍRITO DE PORCO, essa mata mais, fode com muito mais gente e, ainda por cima, tem o aval dos 'casca grossa'.

    segunda-feira, 23 de março de 2009



    A mão que aperta as bochechas

    Acho que vocês já perceberam que eu tenho uma certa crise quanto à idade. Essa coisa de envelhecer não me soa muito bem.
    Não tenho medo das rugas, nem da pele flácida. Esta maluquice é só uma síndrome quase patológica de Peter Pan que me acompanha desde a infância - eu nunca quis crescer, apesar de sempre apresentar um comportamento assustadoramente adulto desde a mais tenra idade (adoro este termo, tenra idade, me sinto uma vitelinha pronta pro abate! Sempre quis escrever isso!!!).
    Mas, voltando a divagar sobre o tempo e os dias que se abreviam mais e mais, Eu já falei aqui de algumas características que denunciam a idade que chegamos àquele ponto em que não somos mais os "nossa, como cresceu!", ou, ainda, os "eu te peguei no colo!". Somos, sim, aqueles que dizem essas coisas e ainda complementam com a célebre frase que pega qualquer velho no pulo: "parece que foi ontem!". Mas, continuando com aquelas coisas que marcar o fim da linha entre ser o bebezinho da titia e ser a titia dos bebezinhos, talvez a mais tenebrosa e marcante seja a consciência.
    Crianças e adolescentes são naturalmente destemidos e ousados porque o cérebro não está completamente formado e, por isso, também não está a noção de perigo e de certo e errado.
    Quando crescemos, bem, às vezes o cérebro se forma completamente e quando isso acontece, junto com toda essa perfeição anatômica de lobos temporais completos e cerebelo tinindo, vem também o peso de todas as merdas que insistimos em fazer. E com isso chega um medo irredutível.
    Eu tenho a idade dos profissionais na flor da carreira. Eu posso casar. Eu poderia ser uma mãe e isso não seria estranho (ao menos para a sociedade). Eu tenho idade para ser uma mãe. Eu sou uma mãe em potencial. Eu sou um exemplo de conduta para quaisquer pirralhos que achem legais as minhas piadas oportunas e meu cabelo vermelho. E a consciência de não estar no mundo a passeio pode ser enlouquecedora.
    Eu deveria neste parágrafo enumerar as qualidades da vida adulta, como contrapeso para todo o resto do texto. Sabe, para dar uma certa emoção à coisa. Mas a coerência da minha consciência de pessoa adulta, cuja síndrome de Peter Pan não é mais apenas um medo remoto, mas uma realidade cruel que se manifesta a cada decisão tomada que pode mudar a sua vida e a de muitos, não me torna capaz de - pelo bem da boa redação - fazer o contraponto amigo.
    Eu queria terminar com uma frase otimista como: "mas no fundo todo o sofrimento compensa", mas a verdade é que ser aquele que aperta as bochechas pode doer muito mais.

    terça-feira, 10 de março de 2009

    Sobre vidros e antas


    O universo diz "desista" de várias formas pouco sutis e, por vezes, dolorosas e constrangedoras.
    Mas como deixar de lado uma saga de quase 24 anos de desastres involuntários, micos impagáveis (apenas pagos por mim), situações que deixariam um palhaço de circo tímido.
    O pior cego é aquele que não quer enxergar. E quando o pior cego (que não quer enxergar) tem problemas de visão, mensagem berrando no celular e ainda quer olha o preço das calcinhas (porque as calcinhas da cegueta em 'questã' já não suportam suas nádegas), só pode dar numa coisa - testa no vidro.
    Aliás, eu tenho problemas sérios com dois dos elementos do incidente (eufemisminho barato pra trouxice que eu realixei): vidros e xópins. Alguns posts abaixo, os senhores podem observar que eu caí no meio do xópim lotado, na época do Natal, quando havia poucos espectadores pro meu showzinho particular de falta de coordenação motora.
    Agora os vidros, ah, os vidros, estes me condenam à eterna idiotice. Não posso dizer que nunca me vi nesta situação, porque já bati a cara em outros vidros pelo mundo (maldita conspiração dos grãozinhos de areia!). Mas os vidros me são ingratos em épocas muito peculiares. Certo ano novo, por exemplo, eu terminei minha 'noite' da virada me embebedando em mercuro cromo, merthiolate, água oxigenada e gaze, tudo porque decidi abdicar das minhas desconfortáveis sandálias e correr livre pelo mundo. Me fudi, pisei num vidro esmigalhado e ainda saí gritando: "socorro, um escorpião picou meu pé!!!". Demais até para mim, né?
    E os copos de vidro, então. Estes me detestam, provavelmente eu fui um rabino realizador de casamentos e quebrador de copos na outra encarnação. Eles estouravam na minha mão - e não só porque eu tenho a força necessária à fêmea do Conan, mas porque eles simplesmente me boicotavam se autodestruindo.
    Mas a grande verdade destes relatos é que eu não tenho porra nenhuma para falar. Apesar disso, eu sempre tenho muita coisa a dizer. Então aproveito meu tempo livre e minha vontade de digitar, para presentear o mundo com minha verborragia.
    Enfim, para concluir a história, nunca mais andei descalça na rua, comprei copos de plástico para minha casa, mas as portas de vidro, ah, estas ainda me vencem no quesito astúcia-estarnolugarcertonahoracerta-mefuder.
    Portanto, caros senhores, não se assustem com a minha postura. Não me culpem por minhas palavras insanas e meu texto anti-têxtico. Se não fossem as portas de vidro e os centros de compra, tudo poderia ser diferente.
    Mas que se dane o mundo e seus recados ameaçadores, porque eu voltarei...HAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!! (risada ultra-maligna!)
    Enquanto isso, vou tomar um chocolate gelado! =)

    Ovino...:Nawal El Zoghbi - Rohi ya rohi

    terça-feira, 24 de fevereiro de 2009



    Quem tem medo do lobo mau?

    Salvem as criancinhas!!!
    Tudo bem que o mundo é cruel, que deve-se aprender desde cedo que a vida é uma bosta e no fundo todo mundo fode todo mundo, que o amor não existe e que sempre vai existir muito mais gente querendo te foder que gente querendo te comer. Mas cantiguinhas para crianças são a doutrina mais maluca e horrenda para mostrar isso aos pequenos.
    Tá, os remelentos não são inocentes, gostam de ver a desgraça alheia e dar risada (e risada de criancinha sempre remete àqueles filmes de terror com infantes endemoniados), mas mandar o boi da cara preta pegar o sujeitinho antes dele dormir é demais pra qualquer Chuck Norris!!! Puta tática talibã de impor respeito!
    Vou além. Analisem a letra desta graciosa cantiga:

    O tralalalalalaô (+ 5.000.000.000.000.000 vezes)

    As flores já não crescem mais (solo contaminado; sem flores não há frutas, logo, há recessão de alimentos)
    Até o alecrim murchou
    O sapo se mandou
    O lambari morreu (coitado!)
    Porque o ribeirão secou (aquecimento global iminente, falta de água, doenças e pessoas morrendo)


    Bem que o Greepeace poderia usar esta musiquinha para uma campanha, né?
    Desgraceira generalizada, mon dieu!

    Outra prova de quão negativas são as mensagens contidas nas musiquinhas de criancinhas:

    Samba Lelê tá doente
    Tá com a cabeça quebrada
    Samba Lelê precisava
    É de umas boas pauladas


    Porra, o moleque está doente e por isso precisa apanhar? Onde está a compaixão?

    E depois dizem que heavy metal é música do diabo, que faz apologia ao mal. Pelo menos faz só apologia, né? Não prega deliberadamente.
    Depois não se sabe porque criancinhas são a espécie mais dissimulada, manipuladora e insuportável da face da Terra. Olha, quando comecei a pensar nisso, passei a não culpá-las. O que não significa que eu as suporte ou tenha um mínimo de empatia por elas.

    Apesar de tudo, essas criaturinhas fedorentas e hiperativas têm, em geral, uma característica que seria muito produtiva em nós, adultos estúpidos e metidos a sociáveis (no meu caso, obrigada a socializar): criança mete a boca mesmo. Criança chama a velha de gorda mesmo, repara no olho vesgo, pergunta o motivo do manco mancar e aponta pra tudo o que acha esquisito ou incômodo. Isso é bem mais divertido quando o objeto de chacota do bacuri é aquela vizinha fofoqueira, a putinha cheia de celulites do bairro ou aquele tiozinho tarado que tinge o cabelo para esconder a senilidade. Eu sei que se todo mundo começasse a "apontar"o que lhe é pitoresco ou que não agrada, o mundo se tornaria um pandemônio, mas talvez o caos total possa servir para regenerar essa sociedade maluca que não fode e nem sai de cima.
    Pode funcionar como algo tanto quanto shivístico (de Shiva, deus hindu da destruição...ai, tem que explicar tudo!), a destruição, o caos, a zona que serve para que a regeneração possa acontecer.
    Não?
    Ah, então tá, beijomeliga!


    Sepultura - Troops of Doom

     

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