Quem tem medo do lobo mau?
Salvem as criancinhas!!!
Tudo bem que o mundo é cruel, que deve-se aprender desde cedo que a vida é uma bosta e no fundo todo mundo fode todo mundo, que o amor não existe e que sempre vai existir muito mais gente querendo te foder que gente querendo te comer. Mas cantiguinhas para crianças são a doutrina mais maluca e horrenda para mostrar isso aos pequenos.
Tá, os remelentos não são inocentes, gostam de ver a desgraça alheia e dar risada (e risada de criancinha sempre remete àqueles filmes de terror com infantes endemoniados), mas mandar o boi da cara preta pegar o sujeitinho antes dele dormir é demais pra qualquer Chuck Norris!!! Puta tática talibã de impor respeito!
Vou além. Analisem a letra desta graciosa cantiga:
O tralalalalalaô (+ 5.000.000.000.000.000 vezes)
As flores já não crescem mais (solo contaminado; sem flores não há frutas, logo, há recessão de alimentos)
Até o alecrim murchou
O sapo se mandou
O lambari morreu (coitado!)
Porque o ribeirão secou (aquecimento global iminente, falta de água, doenças e pessoas morrendo)
Bem que o Greepeace poderia usar esta musiquinha para uma campanha, né?
Desgraceira generalizada, mon dieu!
Outra prova de quão negativas são as mensagens contidas nas musiquinhas de criancinhas:
Samba Lelê tá doente
Tá com a cabeça quebrada
Samba Lelê precisava
É de umas boas pauladas
Porra, o moleque está doente e por isso precisa apanhar? Onde está a compaixão?
E depois dizem que heavy metal é música do diabo, que faz apologia ao mal. Pelo menos faz só apologia, né? Não prega deliberadamente.
Depois não se sabe porque criancinhas são a espécie mais dissimulada, manipuladora e insuportável da face da Terra. Olha, quando comecei a pensar nisso, passei a não culpá-las. O que não significa que eu as suporte ou tenha um mínimo de empatia por elas.
Apesar de tudo, essas criaturinhas fedorentas e hiperativas têm, em geral, uma característica que seria muito produtiva em nós, adultos estúpidos e metidos a sociáveis (no meu caso, obrigada a socializar): criança mete a boca mesmo. Criança chama a velha de gorda mesmo, repara no olho vesgo, pergunta o motivo do manco mancar e aponta pra tudo o que acha esquisito ou incômodo. Isso é bem mais divertido quando o objeto de chacota do bacuri é aquela vizinha fofoqueira, a putinha cheia de celulites do bairro ou aquele tiozinho tarado que tinge o cabelo para esconder a senilidade. Eu sei que se todo mundo começasse a "apontar"o que lhe é pitoresco ou que não agrada, o mundo se tornaria um pandemônio, mas talvez o caos total possa servir para regenerar essa sociedade maluca que não fode e nem sai de cima.
Pode funcionar como algo tanto quanto shivístico (de Shiva, deus hindu da destruição...ai, tem que explicar tudo!), a destruição, o caos, a zona que serve para que a regeneração possa acontecer.
Não?
Ah, então tá, beijomeliga!
Sepultura - Troops of Doom
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Postado por Paula Furlan 4 comentários
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